Tecnologia e manejo inteligente são caminhos para a bananicultura crescer verticalmente no Brasil
A bananicultura brasileira está em uma encruzilhada: expandir em área ou crescer em produtividade? Durante o 4º Workshop da Banana, promovido pela Rovensa Next em Pariquera-Açu (SP), a resposta foi clara entre os 200 participantes do evento: o caminho para o setor é vertical. Em vez de ampliar hectares, o foco precisa estar em produzir mais por metro quadrado, garantindo maior eficiência e preservando recursos.
Produtividade inteligente: o desafio do setor
Para Rodrigo Kuhnen, gerente comercial nacional HF da Rovensa Next Brasil, o futuro da bananicultura está na otimização dos processos de manejo e nas boas práticas agrícolas. Segundo ele, um produtor que cultiva 35 mil toneladas de banana em mil hectares pode alcançar essa mesma produtividade em apenas 500 hectares, se investir em tecnologias adequadas e no equilíbrio do solo. “A meta é crescer verticalmente, com mais produtividade por metro quadrado, e não horizontalmente, como muitos produtores ainda pensam”, afirma Kuhnen.
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Esse crescimento, no entanto, depende de um manejo equilibrado do solo. Cerca de 90% das regiões produtoras possuem solos ricos em fósforo, um nutriente essencial, mas que, em excesso, pode limitar a disponibilidade de zinco – elemento fundamental para a qualidade da fruta. O mesmo ocorre com o nitrogênio, que em altas concentrações impede a absorção de cálcio, deixando a planta mais suscetível a doenças como a Sigatoka e a Fusariose, conhecida como “Mal-do-Panamá”.
Panorama global da bananicultura
A banana é o quarto alimento mais produzido no mundo, ficando atrás apenas do trigo, do arroz e do milho. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a produção global de bananas gira em torno de 155 milhões de toneladas por ano. Índia, China, Filipinas, Equador e Brasil estão entre os maiores produtores globais, com destaque para a Índia, que responde por aproximadamente 26% da produção mundial.
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No comércio global, o Equador se destaca como o principal exportador, responsável por quase um terço das exportações mundiais. A América Latina, de modo geral, domina o mercado de exportação, abastecendo grandes consumidores como Estados Unidos, Rússia e União Europeia.
Produtividade comparada: enquanto a média brasileira gira em torno de 30 a 35 toneladas por hectare para a variedade Nanica, países como Filipinas e Costa Rica chegam a produzir mais de 60 toneladas por hectare, graças a técnicas avançadas de manejo e investimentos contínuos em tecnologia. Isso revela o potencial de crescimento do Brasil, caso adote práticas mais eficientes de produção.
Oportunidade de crescimento para o brasil
Apesar de ser o quinto maior produtor global, o Brasil ainda enfrenta desafios para competir no mercado internacional. A produção nacional, muitas vezes focada no consumo interno, pode ganhar espaço no cenário global com o aumento da produtividade vertical, reduzindo custos e otimizando o uso do solo.
Para Kuhnen, esse cenário pode ser transformado com técnicas mais avançadas de manejo. “Nas propriedades que seguem as boas práticas, a média de produção sobe para 55 a 60 toneladas por hectare na Nanica e para 35 a 45 toneladas na Prata, podendo chegar a picos de 80 toneladas”, destaca.
O caminho para o futuro
A proposta de verticalização na produção de banana no Brasil a, inevitavelmente, por inovação tecnológica, manejo inteligente e fortalecimento de parcerias estratégicas. O 4º Workshop da Banana mostrou que há um caminho promissor para o setor: produzir mais em menos espaço, com maior eficiência e respeito ao meio ambiente.
Com tecnologia, manejo adequado e visão estratégica, o Brasil pode não apenas sustentar o mercado interno, mas também ampliar sua presença no comércio global. E a pergunta que fica é: o país está preparado para explorar esse potencial inexplorado e assumir um papel de destaque no cenário internacional da bananicultura?
Soluções tecnológicas para o campo
No workshop, a Rovensa Next destacou alternativas para esses desafios. Para combater a Sigatoka, um dos grandes vilões da bananicultura, o Wetcit, formulado com óleo essencial de casca de laranja, foi apontado como um adjuvante de alta performance. Já para enfrentar a Fusariose, o Trichonext, uma biossolução do portfólio da empresa, demonstrou eficácia no controle do fungo.
Além disso, o manejo preventivo — essencial para o aumento da produtividade — a por equilibrar os nutrientes do solo, o que também contribui para controlar pragas como o tripes e a broca conhecida como “moleque da bananeira”.
Um exemplo de sucesso
Um exemplo prático do crescimento vertical defendido no workshop é a Bananas São João, em São João do Itaperiú (SC). O proprietário Josoe Schappo viu sua produtividade disparar de 35 para até 85 toneladas por hectare em alguns talhões. “Muita gente me pergunta qual é o milagre. Não existe milagre, é o resultado de um processo iniciado muitos anos atrás, com manejo inteligente e parcerias duradouras”, explica Schappo.
Além de aumentar a produtividade, Schappo destaca a padronização dos cachos, menor entressafra e maior resistência das plantas às condições climáticas adversas. “Se hoje a gente colhe algo realmente diferenciado, é por causa dessa parceria estabelecida e do conhecimento acumulado”, completa o produtor, que há 12 anos utiliza as soluções da Rovensa Next.
Fonte: Pec Press
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