Queijo da Canastra: tradição centenária com selo de origem e sabor único conquista

Foto: Aprocan/Divulgação

O Queijo da Canastra é patrimônio, é história viva, é identidade que se molda há mais de dois séculos entre serras e cascas maturadas. Embora o selo de Indicação Geográfica (IG) tenha chegado apenas em 2012, a origem desse sabor remonta aos tempos dos tropeiros, que carregavam as peças nas longas jornadas pelo Brasil adentro.

Anúncio

Hoje, esse queijo mineiro é muito mais que um produto: é símbolo da força da agricultura familiar, da valorização do território e da criatividade de quem transforma leite em experiência. Entre os dias 28 e 31 de maio, ele será uma das estrelas do evento Connection Terroirs do Brasil, em Gramado/RS, ao lado de vinhos, cafés, doces, camarões e artesanatos de várias regiões do país – todos com selo de origem e qualidade.

Foi na década de 1990 que o queijo da Canastra começou a mudar de rumo. Técnicos ses que visitaram a região foram categóricos: vocês têm um dos melhores queijos do mundo. Mas alertaram: é preciso proteger a marca. Com essa orientação, os produtores resgataram a tradição da maturação e investiram em organização e reconhecimento. O primeiro o foi o registro como Patrimônio Cultural Imaterial, em 2008, seguido pelo pedido de IG no INPI, que foi aprovado em 2012.

Anúncio

Hoje, a identidade do produto é protegida. Queijos com IG só podem ser feitos na região da Canastra, e cada peça leva uma etiqueta de caseína, importada da Europa. São cerca de 400 produtores na região, mas apenas 45 têm o registro de IG – o que garante não só a exclusividade, mas também o compromisso com a tradição.

O segredo da Canastra está na maturação. Segundo a legislação, o mínimo são 14 dias, mas muitos esperam 40, 50 ou até 365 dias. Nesse tempo, o queijo desenvolve sabores, aromas e texturas que só o terroir da serra consegue proporcionar. Até o mofo que cresce naturalmente, antes considerado um problema, virou aliado: assim como na França, os fungos presentes no ambiente aram a ser parte da receita de alguns produtores, que decidiram deixá-los agir para criar novas versões do mesmo queijo.

Os tamanhos também variam. Do Merendeiro, com cerca de 300 gramas, ao Canastra Real, de até seis quilos. E cada um deles reage de forma diferente à maturação, o que torna cada peça única. Um queijo pequeno seca rápido e intensifica o sabor; um maior pode ser maturado por meses, criando camadas de complexidade.

Mais que um produto, o Queijo da Canastra virou destino. Fazendas se transformaram em pousadas e espaços de experiência. O turista acorda com cheiro de leite fresco, acompanha a ordenha, vê o queijo sendo feito e termina o dia com uma tábua artesanal e uma cerveja local. É o turismo sensorial no campo, que conecta tradição, sabor e hospitalidade.

Por tudo isso, participar do Connection Terroirs do Brasil, em Gramado, é mais que uma vitrine. É um encontro entre quem faz e quem valoriza. Para Higor Freitas, gerente executivo da Aprocan, eventos como esse aproximam os produtos com IG de um público exigente, que busca autenticidade e qualidade. E é isso que a Canastra entrega: história, sabor e identidade em cada pedaço.

Fonte: Blog Festuris

Anúncio

Anúncio

Últimas notícias

Frente fria avança e traz chuva ao Espírito Santo no fim de semana

Foto: Freepik Depois de um longo período de tempo seco e ensolarado, o ...

Cartilha gratuita ensina como produzir gengibre de qualidade para exportação

Foto: Freepik O Espírito Santo é o maior produtor e exportador de gengibre ...

Senar e CNJ capacitam detentos no ES com cursos na área de produção de alimentos

O Espírito Santo deu um o importante para transformar a realidade de quem ...

Venda Nova abre colheita do café arábica no ES

Na próxima quinta-feira, 22 de maio, o Espírito Santo dará início oficial à ...

Projeto fortalece a proteção de polinizadores e a agricultura sustentável na América Latina

Foto: Envato A América Latina dá um o importante na preservação dos insetos ...