Maior evento de Indicações Geográficas do Brasil, Connection tem crescimento de 92,5% em participações
Foto: Divulgação

O Connection Terroirs do Brasil, que termina neste sábado (31) em Gramado, no Rio Grande do Sul, registrou um aumento de 92,5% no número de indicações geográficas (IGs) participantes nos últimos dois anos, que o consolida como o maior palco para debate sobre esse mercado. Além disso, também se fortalece como encontro para promoção de conexões e exposição de produtos que carregam o selo de certificação de origem. Realizado de quarta (28) até hoje, o evento reúne 52 IGs nesta edição.
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Realizado pela Rossi & Zorzanello com correalização do Sebrae, o Connection vem ganhando mais relevância nacional, o que, na avaliação de Marta Rossi, CEO da Rossi & Zorzanello, é fundamental para a ampliação do setor. “Estamos vivendo a valorização do nosso território, e é em cima dele que a gente cresce”, afirmou.
Na primeira tarde aberta ao público em geral, a Alameda Terroirs – área destinada à exposição, degustação e comercialização de produtos com IG – movimentou mais de R$ 40,5 mil, estima o Sebrae. Para além dos valores já confirmados, há expectativa de mais de R$ 110 mil em negócios fechados para o público B2B. A despeito dos dados preliminares, Eduardo Zorzanello, também CEO da empresa, apontou que, o mais importante é a herança que o evento deixa para produtores e artesãos. “Não são apenas os números que demonstram a grandeza do Connection. É, principalmente, o legado e a possibilidade de contar novas histórias”.
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Em sua oitava edição, o Connection Terroirs do Brasil valoriza, fomenta e impulsiona a comercializa produtos brasileiros reconhecidos com Indicação Geográfica (IG) – um selo concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) que atesta a qualidade e a identidade de produtos ligados ao seu território de origem.
Atualmente, existem 134 IGs no Brasil e outras 43 estão depositadas no INPI aguardando análise, afirmou Maira Fontenele Santana, coordenadora do Núcleo de Inovação Territorial do Sebrae e uma das responsáveis por fazer o diagnóstico de possíveis indicações e apoiar os produtores e artesãos com toda a documentação para requerer o selo. “O Brasil tem potencial para ter mais IGs do que toda a Europa. Mas ainda estamos na “adolescência” do processo. Temos muito a amadurecer”, afirmou.
CICLO TÉCNICO – Para além das vivências e degustações proporcionadas pelos expositores na Alameda Terroirs, montada em plena Rua Coberta – tradicional ponto turístico de Gramado –, o evento também foi fundamental para a troca de conhecimento. Por dois dias, as manhãs foram dedicadas a palestras e painéis apresentados por especialistas do Brasil e de outros países, como Itália e Costa Rica.
Ontem (30), foram abordados temas como turismo de experiência, sustentabilidade e regeneração e gastronomia. “Na Costa Rica, temos uma pequena área, mas com muita natureza. Definimos quem era o turista que gostaríamos de receber e chegamos ao perfil do aventureiro e alternativo”, detalhou Gustavo Alvarado, diretor de Competitividade e Sustentabilidade Turística do Instituto Costarricense de Turismo.
Em sua apresentação, ele mostrou o caminho traçado pelo país para atrair viajantes preservando a natureza e subsidiando toda a economia local. “Focamos em três pilares: inovação, sustentabilidade e inclusão”, disse.
Intimamente relacionado à pauta dos terroirs, o turismo de experiência também teve espaço ao longo da programação. Renata Vescovi, do polo Sebrae de Turismo de Experiência do Espírito Santo, destacou as tendências para este setor, sobretudo no que diz respeito a vivências em meio à natureza. “Após a pandemia, cada vez mais pessoas estão interessadas em se conectar mais com natureza, com outras pessoas, outras culturas, e a partir dessa experiência, se transformar”, pontuou.
Guilherme Paulus, um dos fundadores da CVC, também mostrou um pouco mais das ofertas exclusivas e relacionadas ao terroir do Castelo Saint Andrews. Mariana Potter Vieira, da Vinícola Guatambu, apresentou as experiências únicas no pampa gaúcho, em Dom Pedrito.
Também subiram ao palco Diogo Carvalho, fundador do Destemperados, e a chef Roberta Sudbrack, que falaram de gastronomia e identidade. A manhã também contou com uma apresentação do comunicador Dado Schneider, que trouxe o tema “O poder do cooperativismo” para os participantes.
Texto: Camila Kosachenco/Critério
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