Especialista afirma que chuvas extremas e dias de calor intenso se intensificarão nos próximos 15 anos

Foto: Caroline Jardine

Em uma palestra realizada na tarde desta quinta-feira (29), o engenheiro florestal, fundador e consultor de geotecnologias na KAZ Tech e especialista em Imagens Orbitais e Suborbitais, Marcos Kazmierczak, alertou para as condições climáticas extremas para os próximos ano. Ele falou durante a 3ª Jornada Técnica da Rede Técnica Cooperativa (RTC), com o tema Mudanças climáticas: Cenário futuros e efeitos sobre a Agricultura, onde destacou as consequências das mudanças climáticas para o agronegócio gaúcho.

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“Para reverter o quadro de aquecimento global, precisaríamos reduzir em 87% a emissão de dióxido de carbono para a atmosfera, o que não vai acontecer. Estamos em uma emergência climática e não levará mais de 80 anos para acontecer uma nova enchente”, afirma o especialista. Então, num cenário avaliado até 2040, ocorrerá aumento de chuva em todos os municípios, mas de forma heterogênea.

Além disso, segundo ele, haverá incremento das chuvas extremas, com muito mais temporais em 491 municípios do Rio Grande do Sul, com o número máximo de dias secos consecutivos aumentando de 31 a 40 dias para 81 a 90 dias de calor intenso. “Tudo que faz fotossíntese vai sofrer, a produção animal com redução drástica de produtividade: gado de leite e frangos. E a tendência de que isso ocorra é muito grande”, ressaltou.

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Kazmierczak demonstrou que os eventos extremos estão mais recorrentes, mais destrutivos e mais abrangentes, com incremento de ocorrências de 225,76% no Brasil e de 190,77% no Rio Grande do Sul, num comparativo entre os períodos de 1994-2003 e 2014-2023. Nesta mesma época, o total de habitações afetadas no Brasil cresceu 653,65%. No Estado, esse aumento foi de 4.519,64%.

Diante desse alerta, o pesquisador elencou uma série de medidas de mitigação que poderiam ajudar na reversão do quadro, que incluem melhorar a saúde do solo por meio de práticas que aumentem o teor de carbono, em pelo menos 3%, parar com o uso excessivo de fertilizantes à base de nitrogênio e promover proteínas de menor emissão.

Outras medidas são de redução do consumo anual de carne bovina em 25% até 2030 e em 50% até 2050, além da redução do metano e do óxido nitroso no arroz cultivado em 50% até 2050 e baixar a taxa de 33% de toda a comida produzida para 10% em 2050. “Dessas, apenas a primeira me parece viável. Por isso, o importante é investir em práticas de adaptação”, afirma Kazmierczak.

Entre elas, estão o desenvolvimento e a difusão de cultivares resilientes, a gestão integrada de recursos hídricos e a implementação de programas de transferência de tecnologia e de assistência técnica específica. “Se seguir o aumento da temperatura, o arroz poderá ter redução de 4% a 6% em produtividade e não vai ter água para aumentar a irrigação, pois devemos perder até 40% da água até 2040”, previu.

A 3ª Jornada Técnica da Rede Técnica Cooperativa (RTC), braço científico de e às cooperativas ligadas à CCGL, segue até esta sexta-feira (30), debatendo as perspectivas para o agronegócio com o tema: O futuro do agro já chegou. Vamos juntos? O evento reúne 15 palestrantes, especialistas do agronegócio nacional e internacional, que irão abordar temas de áreas como gestão, tecnologia, inovação, sustentabilidade e produção leiteira, no hotel Wish Serrano, em Gramado (RS).

O evento é uma realização da RTC e CCGL e conta com o patrocínio do terminal portuário Termasa. O evento é apoiado pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do RS (Fecoagro/RS), pelo Sistema Ocergs-Sescoop/RS e pela plataforma SmartCoop.

Fonte: Jardini Agência de Notícias

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