Da plantação ao consumidor: turismo de experiência conquista visitantes e incrementa a renda de famílias

Fotos: Divulgação/Sebrae

Fabiani Reinholz contou que o turista tem uma experiência exclusiva e conhece todo o processo de produção do chocolate

Julio Huber

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O turismo está mudando nos últimos anos. Muitos visitantes estão buscando algo além de apenas conhecer os locais, degustar um prato, apreciar as paisagens e fazer fotos. A busca agora é pelo envolvimento no processo de produção, o que tem estimulando o turismo de experiência. No Espírito Santo, propriedades rurais estão cada vez mais se adaptando para atender a essa nova demanda.

Antes, o visitante chegava a uma propriedade de agroturismo, comprava os produtos produzidos pela família, fazia algumas fotos e seguia a viagem. Hoje, os turistas querem conhecer como os produtos são feitos e vivenciar na prática esse processo. Um exemplo é a Reinholz Chocolates, localizada na área rural de São João Pequeno, em Colatina, Norte do Espírito Santo.

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Na propriedade familiar, os visitantes podem participar de uma experiência exclusiva, podendo acompanhar de perto todo o processo de produção do chocolate, desde a plantação do cacau até o produto final. A jornada começa com a visita às plantações, que produzem amêndoas de cacau especiais, ando pelo processo de fermentação, seleção cuidadosa das amêndoas e, finalmente, a transformação artesanal em chocolate de alta qualidade.

Fabiani Reinholz, uma das responsáveis pela propriedade e que também é presidente da Associação das Mulheres do Cacau de Colatina, contou que a produção de chocolates começou com poucos pés que haviam na propriedade, com o objetivo de agregar valor.

“Antes, a gente produzia muito pouco cacau, e comprávamos de outros produtores, mas hoje usamos exclusivamente nosso com cacau. Fizemos plantios direcionados para o chocolate. O nosso objetivo inicial era vender apenas para supermercados e delicatessen, nunca imaginei que ia ter visitas na fábrica. Durante a pandemia da Covid-19, começamos receber pedidos para conhecer a propriedade e o processo, aí formatamos as visitas guiadas”, contou.

Fabiani contou que saiu da propriedade para estudar, mas devido a problemas de saúde na família, ela retornou para ajudar e resolveu ficar. “Eu fui a filha que saiu da roça acreditando que ali não havia futuro. Saí cedo da propriedade dos meus pais porque, como muita gente, eu achava que a roça não poderia me oferecer uma vida digna, nem a mim, nem a eles”, contou ela.

Hoje, ela segue firme com o propósito de representar os produtores de sua região. Além disso, a realidade na propriedade é outra a partir do momento em que a família ou a receber os visitantes, já que a agregação de valor aos produtos proporciona mais qualidade de vida.

Família agrega valor à produção de morangos

Outra história parecida vem de Forno Grande, no município de Castelo, na Região Serrana do Espírito Santo. Joelma Barbosa Kuster, do Empório do Morango, explicou que ela e o esposo começaram a produzir morangos há 30 anos, em campo aberto. Hoje, a produção é com o cultivo semi-hidropônico, que além de mais cômodo para produzir, traz mais qualidade para a fruta.

Joelma Kuster e o marido plantam morangos há 30 anos, mas abriram a propriedade aos visitantes há cerca de quatro anos

A produção sempre era vendida para o mercado, mas há cerca de quatro anos, o foco ou ser agregar valor por meio do turismo. “Tivemos a oportunidade de vender nosso morango ao consumidor final, trazendo a ele o poder de escolha dos próprios frutos. Nossa forma de trabalhar é bastante elogiada pelos turistas, por que a partir do momento que a pessoa chega em nossa propriedade, nossa intenção é que ela faça uma imersão e entenda a fundo como é feito o cultivo com cada planta”, explicou Joelma.

Desde então, muita coisa mudou na propriedade. “A venda acontece diretamente para o consumidor final, que compra um produto de extrema qualidade e isso agrega muito valor. Depois da implantação do turismo de experiência, conseguimos atingir mais pessoas e de nichos diferentes. Pessoas que gostam do contato com a natureza desde os entusiastas que querem começar uma pequena plantação”, relatou.

No Espírito Santo, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/ES), apoia esses empreendimentos. Segundo Renata Vescovi, gestora do Polo de Turismo de Experiência do Sebrae/ES, o estado possui uma pluralidade de atrativos naturais que permitem uma ampla gama de experiências.

“O turista é o protagonista. Ele quer estar no centro dessa atividade, vivenciando aquele local que ele está visitando, aquela comunidade e aquele destino. O forte do Espírito Santo é o agroturismo, que começou há mais de 20 anos. E já havia essa experiência na essência, quando ou-se a diversificar as atividades na propriedade rural. O estado se consolidou nessa modalidade de turismo e temos uma diversidade muito grande, tanto cultural quanto de belezas naturais”, enfatizou.

Além do Polo de Turismo de Experiência que fica no Distrito Turístico de Pindobas, no município de Venda Nova do Imigrante, o Sebrae/ES apoia os empreendedores do segmento com treinamentos, capacitação e todo o apoio necessário para iniciar um negócio.

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