ES tem potencial para ampliar processamento de uvas e fortalecer polo vitivinícola
Foto: Freepik
Um diagnóstico inédito do Incaper revelou que o Espírito Santo ainda tem muito espaço para crescer na produção e no processamento de uvas. Embora o estado ocupe a oitava posição no ranking nacional, apenas 26,16% das uvas colhidas são transformadas em produtos como vinhos, sucos, espumantes e geleias. A maior parte ainda é consumida in natura.
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A pesquisa foi realizada com 86 produtores dos municípios de Santa Teresa, Alfredo Chaves, Domingos Martins, Vargem Alta e Venda Nova do Imigrante, que juntos respondem por mais da metade da produção estadual. O perfil predominante é de agricultores familiares, sendo que 70,9% cultivam até meio hectare de uva. A produtividade média estadual é de 16.930 kg por hectare, com destaque para a cultivar Niagara Rosada, responsável por 35% da produção amostrada.
Por outro lado, o levantamento também mostrou gargalos que impedem o avanço do setor. Entre eles, a baixa capacidade de industrialização, problemas fitossanitários como o míldio e o oídio, e dificuldades de o a crédito para investir em infraestrutura e capital de giro.
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Foram ouvidas ainda 64 agroindústrias, das quais apenas 14 trabalham com uvas. A maioria transforma a fruta em vinhos (quase 50% do total processado), polpa para suco (31,6%), suco pronto (13,7%) e espumantes (5,8%). Grande parte dessas empresas comercializa os produtos dentro do próprio estado, mas 35,7% já vendem para outras regiões, como Minas Gerais e Rio de Janeiro. Nenhuma, porém, exporta seus produtos – o que revela mais uma oportunidade de crescimento.
Mesmo com uma produção de 3,2 mil toneladas em 2022, apenas 495 toneladas foram destinadas ao processamento. O estudo recomenda ações para reverter esse cenário, como o incentivo ao uso de tecnologia nas agroindústrias, a adoção de práticas sustentáveis nas lavouras e a ampliação da oferta de capacitações para produtores e empreendedores.
Outro ponto importante é a necessidade de implantar sistemas de rastreabilidade e estratégias de marketing digital, além de estimular a diversificação dos produtos com novas versões como suco em pó ou itens funcionais a partir do bagaço da uva.
A boa notícia é que o setor está otimista: 63,6% dos produtores pretendem manter suas áreas, e 22,7% querem expandir. Todas as agroindústrias consultadas disseram ter planos de crescimento. A pesquisa, apoiada pela Fapes e pela Seag, foi publicada nos periódicos Journal of Agricultural Science e Revista Delos.
Fonte: Incaper
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